Promovido pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia, o Seminário Brasileiro de Teoria e História da Historiografia (SNHH) é reconhecido como o mais importante evento científico de sua área, sendo um dos principais da América Latina, com vínculos fortes com redes de pesquisadoras/es e instituições dos EUA e Europa. Ao longo de sua história, o SNHH foi um dos principais fatores para a expansão e consolidação do campo no país, que atualmente ocupa um lugar de ponta na produção de pesquisa no domínio da História e das Ciências Humanas em geral. No âmbito do SNHH se realizam os principais debates, encontros e trocas entre as/os estudiosas/os brasileiras/os e estrangeiras/os da área de Teoria e História da Historiografia. O evento permite, deste modo, tanto o amadurecimento de pesquisas, quanto o delineamento de projetos e ações que visam dar continuidade ao crescimento do campo, seja em termos da definição de agendas de investigação, formação de novos quadros, ou ainda ações que envolvem a docência e a circulação do conhecimento produzido.

Nesta décima segunda edição, o Seminário Brasileiro de Teoria e História da Historiografia terá como tema Ensinar histórias e imaginar democracias: afetos, historicidades, teorias. Sob a organização da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP),  da Sociedade Brasileira de Teoria e História e da Historiografia (SBTHH), do Programa de Pós-Graduação em História/UFOP (PPGHIS) e do laboratório Plural e apoio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), o evento foi realizado entre os dias 27 e 30 de agosto de 2024 no Centro de Convenções de Ouro Preto.  

Nos dedicamos à tematização de um problema que tem sido cada vez mais decisivo à teoria e à história da historiografia: o ensino de história. Não se tratou de pensá-lo apenas a partir do espaço universitário e escolar, mas também e especialmente tendo em vista outros ambientes da cultura histórica importantes à atualização e transformação de nossa relação com a história. Nesse sentido, exploramos argumentos teóricos, linguagens, métodos, afetos e tecnologias que têm se mostrado decisivos à pesquisa e ao ensino de história.

Estamos sempre em relação com passados e futuros, segundo diferentes modos de mediação, existencial, epistêmico, estético e ético-político. Tendo em vista que todos temos direito à história, e que a produção historiográfica é decisiva à defesa de uma sociedade plural, diversa e justa, um dos papéis mais importantes dos/as historiadores/as é o de participar de maneira responsável e democratizante nesse processo de produção e discussão pública do conhecimento historiográfico. Se, por um lado, nos dedicamos cuidadosamente à construção de argumentos e nos expomos constantemente à crítica, por outro lado, se torna necessária uma abertura mais sensível ao conhecimento histórico produzido em outros espaços que também são decisivos à autocrítica.

Considerando essa abertura, enfatizamos a necessidade de pensar as relações entre políticas públicas de educação e o valor da história para a formação de diversos sujeitos – professores, estudantes e públicos em geral – para a construção da cidadania e da democracia.

Desse modo, nosso encontro se dedicou a pensar os dilemas que o conhecimento histórico e os/as historiadores/as profissionais enfrentam em tempos de crise e construção democrática. Portanto, nos questionamos: Como temos pensado os diversos modos de relacionar a pesquisa e o ensino de história? De que forma refletimos sobre a relação entre os afetos, os corpos e a história? Quais relações estabelecemos com saberes e historiografias populares? Como temos discutido e reagido a argumentos históricos com orientação autoritária? De quais maneiras divulgamos o que produzimos?

Alguns dos eixos sugeridos para o debate:

História da Historiografia do Ensino de História

Teoria e Ensino de História

O direito à história dentro e fora da escola

Ensino de História, curadoria e história pública

Políticas públicas, ensino e direito à história

Analisando historicidades do saber histórico escolar

Materiais didáticos tradicionais e novas mídias

O lugar dos afetos no ensino de história